Momo e o Senhor do Tempo, de Carla Candiotto, no SESC Consolação

Adaptação teatral do livro O Senhor do Tempo, de Michael Ende, o espetáculo Momo e o Senhor do Tempo leva a assinatura da premiada encenadora Carla Candiotto. As apresentações acontecem de 13 de janeiro até 24 de fevereiro, sábados, às 11 horas, dia 25 de janeiro, quinta feira, sessão especial, às 11horas – no SESC Consolação, Teatro Anchieta em São Paulo.

Homens de Cinza e sua missão de roubar o tempo das pessoas

Escrita a seis mãos, por Carla Candiotto, Victor Mendes e Aline Moreno, a adaptação retrata a importância do tempo na vida das pessoas e a melhor forma de aproveitá-lo. A menina Momo (Camila Cohen) aparece misteriosamente em uma cidade e vai morar nas ruínas de um antigo teatro abandonado. Lá, onde as crianças desaprenderam de brincar, pouco a pouco ela as ensina a redescobrir esse prazer. Com empatia e atenção, ouve as pessoas, valoriza a relação entre os amigos, os encontros e as ideias diferentes.
 

Tudo parece fazer sentido até que um acontecimento inesperado tira o sossego de todos. Os Homens de Cinza surgem com a finalidade clara de comprar o tempo das pessoas. O tempo para a brincadeira, o tempo para conversar com os amigos, o tempo de olhar as formigas, ou passear, é roubado e trocado por uma moeda que deixará todos tristes. A missão dos Homens de Cinza é convencer as pessoas de que elas devem “economizar” seu tempo, entregando-o a eles. Na real, eles sugam e estocam o tempo do povo com a desculpa de ajudar a poupar mais. Momo e seus amigos precisam agir rapidamente. Precisam de um plano para enfrentar o inimigo e recuperar o “tempo perdido” de todos.
 

Há um prólogo na peça. Amigo da Momo, Beppo (Victor Mendes) anda de bicicleta e se questiona: “Como inventar uma história? De onde vem as histórias? Quando elas precisam nascer? Para que precisamos dela?” Ele está procurando uma história para viver. Está precisando de uma. Dizem que as histórias te escolhem, dizem que elas são tão poderosas que você não consegue mudá-las, uma vez que elas existem.

“A história é sobre uma menina heroína, é sobre amizade, carinho e o respeito entre os cidadãos de uma pequena vila. Beppo e Gigi são os amigos guardiões de Momo, a escolhida pelo senhor do tempo para devolver o tempo das pessoas no mundo”, resume Carla Candiotto.
 

Adaptação instiga reflexão sobre o tempo

A ideia de adaptar Momo e o Senhor do Tempo, de Michael Ende, para um espetáculo teatral infanto-juvenil surgiu da necessidade de discutir e refletir com crianças, jovens e seus familiares sobre o significado do tempo, atualmente. “Vivemos em uma época em que as pessoas vêm se esquecendo do que importa e têm se distanciado cada vez mais delas mesmas e de suas pessoas queridas”, comenta Carla, Prêmio Governador do Estado, em 2015, pelo conjunto da sua obra.
 

Muitas crianças já não sabem mais brincar, porque seus pais não têm mais tempo para lhes ensinar e as largam em frente da TV, do computador e celular. “Encontramos nesta obra visionária, ganhadora do Prêmio de Literatura Juvenil alemã e do Prêmio Europeu de Livros para a Juventude, uma história de aventura sobre uma criança que, por ser corajosa e confiar em si mesma, conseguiu recuperar o tempo de sua cidade, para se divertir e imaginar coisas”, diz a encenadora.
 

Cenário e adereços

Para contar esta história e seguir a recomendação do autor ao sugerir um cenário criativo, a diretora solicitou a André Cortez uma cenografia não literal, criativa. Concebido a partir de provocação da encenadora, da necessidade de um espaço que fluísse de acordo com a dramaturgia, que fosse mudando com a história, o cenário é composto de 60 caixas de madeira (a 3 tabelas, muito usadas nos sets de cinema) pequenas e 4 maiores.

Retangulares, as caixas são manipuladas em cena pelos atores para criar espaços imaginários na cabeça do público. Elas são o barco, o banco da praça, a cadeira do barbeiro e até dão vida à personagem da tartaruga Casiopea. “Elas ajudam a contar a história, sugerem os ambientes ao serem movimentadas e colocadas em variadas posições. E o grande lance é movimentar esses elementos cênicos sem que as pessoas percebam e imediatamente visualizem o que se quer mostrar”, diz Carla.
 

“As caixas se condensam e expandem de acordo com o desenho proposto, o que demanda presença e agilidade dos atores, de modo que essas ações também podem ser incorporadas na narrativa e não apenas ser uma mudança de espaço. As caixas são usadas conforme a necessidade e podem virar qualquer outro objeto, até mesmo uma personagem importante como a tartaruga Casiopeia”, explica o cenógrafo.

Os adereços seguem a simplicidade de formas, sem cores, ou melhor, na cor crua da madeira, lembrando os brinquedos Waldorf, intencionalmente incompletos nas suas formas. “Onde a imaginação das crianças é estimulada a complementar as cores e texturas dos objetos”, comenta Cortez.
 

“Foi um processo coletivo bem gostoso a que nos propusemos dentro dessa realidade tão dura em que estávamos (e ainda estamos). Foi uma pequena bolha de afeto, assim com a peça se propõe a ser”, comenta André, sobre o processo de criação. “Eu, Carla e minha assistente Stephanie Fretin tivemos um bom tempo durante a pandemia para buscar soluções e alternativas e brincarmos com essas peças e discutirmos as possibilidades de transformações desejadas dos espaços mencionados no texto.”
 

SESC Consolação – Teatro Anchieta

De 13 de janeiro a 24 de fevereiro – sábados – 11h

Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque – SP

Capacidade do teatro: 280 lugares

Idade Mínima: Livre

Duração: 60 minutos

Ingressos: R$ 10 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculados no Sesc e dependentes), R$ 15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino, ID Jovem, PCD e seus Acompanhantes) e R$ 30 (inteira).

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Ana Paula

Sou Ana Paula Alcântara Porfírio, trabalho em horário integral como mãe, sou casada, com um príncipe chamado Júnior, tenho dois filhos a Manuella e o Arthur, que fazem meus dias mais felizes!

Vou dividir com vocês nossos passeios, dicas de programas com crianças, experiências e sentimentos da maternidade!