Neste domingo (21 de março) é comemorado o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e tem como intuito reforçar a luta contra o preconceito racial em todo o mundo. Na mesma data, se comemora o Dia Mundial da Infância, tornando a ocasião uma excelente oportunidade para despertar a consciência racial entre os pequenos.
O racismo é crime previsto na lei 7.716/89, e o professor de direito do CEUB, Hector L. C. Vieira, explica: “O racismo consiste em situações onde uma pessoa pratica algum ato discriminatório que faz com que a vítima fique privada de algum direito em virtude de sua raça, cor ou etnia, podendo também ser caracterizado mediante uma ofensa verbal”.
Vendo a necessidade de tocar no assunto, conversamos com a psicopedagoga e orientadora educacional da rede Objetivo DF Keila Espíndola, que fala sobre o papel da escola em trabalhar o tema e dá dicas importantes. “É fundamental que as escolas trabalhem sempre com os alunos a questão do respeito como um todo e do manter-se ético. Com o distanciamento social, estamos mais atentos ao cyberbullying e buscamos manter um diálogo aberto com os alunos para que eles não tenham problemas e não gerem nenhum tipo de frustração, ou algum tipo de desconforto que seja desnecessário em outros colegas”.
Confira as dicas abaixo para trabalhar o tema na infância:
1- Atente-se para não reproduzir comportamentos preconceituosos e repense o seu vocabulário.
Além de não reproduzir termos racistas, é importante sempre explicar para as crianças porque elas também não podem repeti-los, atente-se aos atos que podem, sim, ser hostis em relação às diversidades.
2- Eduque as crianças para que elas respeitem as diferenças.
Elas podem estar presentes nos brinquedos, nas línguas faladas, nas mais diversas culturas. As diferenças são importantes e enriquecem nosso conhecimento.
3 – Não incentive apelidos que caracterizam estereótipos.
A intenção pode até ser boa, mas nem sempre cai bem!
4 – Esteja pronto para corrigir o seu filho e ensinar.
Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer.
5 – Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura de educação em relação às diferenças.
As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo.
Denuncie o racismo
O professor do CEUB explica que em uma situação de racismo, a vítima ou os responsáveis, devem reunir todos os meios de prova possíveis para fundamentar os pleitos judiciais, “filmagens, fotos, gravações de áudio e testemunhas são maneiras de registrar o cometimento de um crime que, quase sempre, é desconsiderado pelo sistema de justiça. O ideal é procurar a ajuda de um advogado ou mesmo a Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF para fazer tramitar de maneira mais segura as investigações e pedidos de indenização possivelmente decorrentes desse tipo de fato”, complementa o professor Hector.
Ele explica ainda que no ambiente escolar e universitário, normalmente as instituições contam com ouvidorias ou canais específicos de comunicação de atos discriminatórios, “o ideal é registrar por escrito a demanda e solicitar um posicionamento firme, claro e transparente da instituição e os encaminhamentos de punição ao infrator”.