No próximo sábado, 19 de junho, Dia do Cinema Brasileiro, o Itaú Cultural comemora a data em grande estilo. Será lançada a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita dedicada a produções nacionais. O catálogo diverso oferece mais de cem títulos já na estreia e é composto de filmes, séries, programas de TV, festivais e mostras temáticas e competitivas, além de produções audiovisuais de instituições culturais parceiras. O endereço para cadastramento e acesso é itauculturalplay.com.br .
Mediante cadastro gratuito, você poderá acessar esse conteúdo e escolher onde ver, já que a Itaú Cultural Play está disponível para desktop e celular, via tanto sistema Android quanto IOS. Outro diferencial é o próprio catálogo, marcado por diversidade, variedade de autoria e representatividade regional, com títulos de todos os estados brasileiros.
Sempre atento à construção de programações lúdicas para as crianças, o Itaú Cultural oferece o Cine Curtinhas, sessões de cinema para este público mirim desde 2014. Antes presenciais, a partir do início da pandemia migraram para exibições on-line, via site da instituição https://www.itaucultural.org.br/ .
Para inaugurar o catálogo da Itaú Cultural Play, a equipe do Núcleo de Audiovisual e Literatura selecionou, entre elas, os primeiros 12 filmes para os pequenos espectadores.
Caminho dos gigantes, de Alois Di Leo, tem temática indígena e é emoldurado pela trilha sonora do peruano Tito de la Rosa, composta a partir de instrumentos andinos e incas. No filme, Oquirá, uma menina indígena, vive com o seu povo na floresta. Ela se recusa a compartilhar de um ritual de passagem de um dos membros da aldeia e foge para a selva. Ali, a garota inicia uma jornada de conhecimento do ciclo da vida, na qual os seres humanos são parte integrante da natureza.
Desenvolvida no ambiente mágico dos mitos indígenas, esta animação foi lançada no Festival Internacional de Animação de Annecy, na França, um dos mais prestigiosos eventos do gênero no mundo. Conquistou os Prêmios de Melhor Animação e de Melhor Curta-Metragem pelo Júri Adulto no Festival Internacional de Cinema para Crianças de Chicago, nos Estados Unidos, em 2016; o Prêmio do Júri no Festival América Latina de Biarritz, França, em 2016 e o Prêmio do Júri de Melhor Concepção Sonora no Anima Mundi, em 2016.
Órun Aiye: a criação do mundo é mais um filme em cartaz que vale destacar. Utilizando diferentes técnicas de animação, entre bonecos e stop-motion, e com olhar feminino, as jovens diretoras negras baianas Jamile Coelho e Cintia Moreira celebram a representatividade da cultura afro-brasileira como espaço de preservação da memória, de respeito aos mais velhos e à natureza. Com participação de Carlinhos Brown, um avô narra à sua neta a história da criação do mundo e dos seres humanos segundo a mitologia iorubá, fala da jornada de diferentes orixás e os conflitos deste episódio de nascimento, no qual homens e mulheres são feitos a partir do barro. Ganhou os prêmios de melhor animação no Largo Film Awards, Suíça, em 2016 e de melhor filme pelo Júri Popular no Feciba – Festival de Cinema Baiano, em 2016.
Produção vinda de Goiás, O malabarista, de Iuri Moreno, mistura documentário e ficção, com animação desenhada. Enquanto a cidade desperta para mais um dia monótono e barulhento de trabalho, um malabarista acorda e é saudado por um bando de pássaros coloridos. Ele se prepara para arrancar o sorriso de crianças e adultos com a sua arte. Contada pelos desenhos, é ampliada pela participação de malabaristas reais, que descrevem suas experiências cotidianas e as alegrias do trabalho.
Confiram alguns outros curtas em cartaz
Brinquedo Novo
(RJ, 2017, animação, 6 min)
Direção: Rogério Boechat
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: um bebê entediado ganha de presente um ursinho azul. Animado, ele faz do brinquedo seu companheiro inseparável: comem, passeiam, vão à praia. Aos poucos, porém, o afeto se desfaz e o bichinho se transforma em um tijolo sem graça. Mas, um encontro inesperado mudará a história desta amizade.
Por que ver? Inspirada em canções brasileiras, a delicada trilha sonora assinada pela pianista Bianca Gismonti, filha do grande compositor Egberto Gismonti, em parceria com Claudia Castelo Branco, conduz a história. O corte é uma ode ao poder da amizade e dos encontros infantis.
Diário de Areia
(MG, 2017, animação, 6 min)
Direção: Isadora Morales e Sarah Guedes
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: o Guardião dos Pesadelos entrega a uma menina de 15 anos um misterioso livro. De posse do presente, ela tem que cumprir uma desafiadora missão: proteger as crianças e impedir que os pesadelos escapem para o mundo dos humanos. Sua primeira aventura será lidar com o medo de trovões de sua irmã menor.
Por que ver? Realizado por alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o curta foi exibido em diversos festivais brasileiros e impressiona pelo apuro artístico, qualidade de produção, e pelo trabalho com diferentes técnicas. Sua personagem principal é uma destemida heroína teen, 100% brasileira.
Eric Acorde
(CE, 2016, animação, 8 min)
Direção: Telmo Carvalho
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: Eric é um menino de 10 anos e sua melhor amiga é uma caixinha de música. Esse misterioso objeto tem superpoderes, funciona como tapete mágico e é uma excelente conselheira. Juntos, eles precisam lutar contra o Pierrô, um vilão camaleônico disposto a bagunçar a harmonia do mundo.
Por que ver? Produzido no Ceará, o curta é inspirado na paixão de um menino pela música. A história mistura sonho e realidade e está repleta de referências musicais. Autor de curtas-metragens e trabalhos socioeducativos para crianças, Telmo Carvalho é também uma referência para o cinema de animação feito no Brasil.
Guacalove
(SC, 2018, animação, 3 min)
Direção: Otávio Esser Vieira
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: um abacate dorme tranquilo, segurando carinhosamente o seu caroço. Ao despertar do cochilo, se dá conta de que ele caiu da sua barriga. Desconsolado, vai procurá-lo e o encontra perdido em cima de uma mesa. O problema é que uma abacate-fêmea também está interessada nele.
Por que ver? Uma inusitada e divertida história de amor criada a partir de técnicas inspiradas em seriados famosos, como o norte-americano South Park. Produção independente e autoral, traz referências da cultura mexicana e da clássica série irlandesa Puffin Rock.
Menina da Chuva
(RJ, 2010, animação, 7 min)
Direção: Rosaria
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: em uma praça, uma menina tenta brincar com outras crianças, mas sem sucesso. Decepcionada, ela então caminha por entre ruas, pessoas e vitrines. Nesse trajeto, parece invisível a todos. Quando a chuva cai, ela se diverte e o mundo à sua volta ganha outra cor, a mesma do seu vestido e da sua pele.
Por que ver? De maneira delicada e profunda, o curta trata de temas como identidade, preconceito racial, empoderamento e valorização das diferenças. Criado a partir de desenhos em papel que lembram rascunhos, também trabalha com as diferenças entre as cores. O resultado é uma animação cortante e atual.
No Caminho da Escola
(ES, 2017, animação, 9 min)
Direção: Alunos do Projeto Animação do Instituto Marlin Azul
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: como em todos os dias da semana, uma menina acorda, arruma sua mochila e pega o ônibus para ir à escola. Naquela manhã, no entanto, a atmosfera é diferente. Poucas brincadeiras, rostos desconhecidos. Em dado momento, a menina percebe que este ônibus tem algo de especial.
Por que ver? Realizado por alunos de escolas públicas do Espírito Santo, o filme foi todo construído a partir de bonecos em massinha e desenhos infantis, um digno trabalho artesanal de bons animadores. Uma criança-narradora descreve os lances desta história inusitada e fantástica por planetas imaginários.
Para Vler Poesia
(PA, 2012, animação, 3 min)
Direção: Andrei Miralha e Marcílio Costa
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: pelo lápis de um garoto, um barquinho de madeira vira o Popopô, barco-menino que está aprendendo a falar. Letras recortadas do alfabeto viram um boi comilão, uma árvore belíssima, um tamanduá e, por fim, uma chuva torrencial que diz “xis”. Tudo isso é uma verdadeira Popopôesia!
Por que ver? Produzido em Belém do Pará, o curta é uma celebração da capacidade imaginativa das crianças. É também uma homenagem à paisagem e ao povo amazônicos, e um convite à brincadeira. Música, desenhos de traços delicados e poesia são os seus ingredientes inspiradores.
Vivi Lobo e o Quarto Mágico
(PR, 2019, animação, 13 min)
Direção: Isabelle Santos e E. M. Z. Camargo
Classificação Indicativa: livre
Sinopse: na escola onde estuda, Vivi Lobo é chamada de cara de lobo, bicho malvado para seus colegas. De noite, no seu quarto, Vivi encontra diferentes mulheres, entre elas a pintora Frida Khalo, que vão lhe ensinar quais são as reais qualidades do lobo – perspicácia, espírito brincalhão e curiosidade.
Por que ver? Inspirado nas memórias da própria realizadora e na obra de mulheres que quebraram barreiras, seja nas artes ou nos esportes, o curta é uma delicada reflexão sobre afirmação feminina e bullying na infância. Educativo e poético, instiga as crianças a terem voz e a superarem seus limites.