A programação do Museu Judaico de São Paulo (MUJ) no mês de abril conta com visitas, oficinas e ciclo de formação. As atividades são presenciais e gratuitas com agendamento prévio ou garantindo o ingresso pela Sympla.
Neste sábado, 2 de abril, às 15h, o museu convida o público para o lançamento do catálogo da exposição “Da Letra à Palavra”, que também estará à venda na loja.
A mostra “Da Letra à Palavra” tem curadoria dos artistas Lena Bergstein e Sergio Fingermann, e propõe uma investigação plástica sobre a arte e a escrita, a imagem e a palavra — este, sendo um elemento fundamental da cultura judaica –, a partir da reunião de 32 artistas da arte contemporânea brasileira, como Arthur Bispo do Rosário, Beatriz Milhazes, Carmela Gross, Anna Maria Maiolino, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Artur Lescher, Carlos Vergara, Denilson Baniwa, Shirley Paes Leme, Paulo Pasta, entre outros. A exposição fica em cartaz até o dia 10 de abril.
O MUJ também recebe a oficina Escrever e ler Da letra à Palavra com o artista plástico Fábio Morais, que propõe um exercício de fabulação dialógica com a exposição em cartaz, além de sua expansão para a dimensão sonora. São três encontros que englobam visitas, discussões, análises e produções, com o intuito de produzir um texto que dialogue com a exposição. Todos os textos produzidos serão lidos em voz alta no último dia da oficina, fechando o ciclo da linguagem verbal e da imersão à mostra.
O quinto encontro do Ciclo de Formação MujTur para profissionais do turismo com Leonardo Moreira, que acontece no dia 14 de abril, quinta-feira, apresenta o calendário judaico e as festas agrícolas: Pessach, Shavuot e Sucot.
As Visitas Mediadas acontecem de terça-feira a domingo, os visitantes participam da visita às exposições que estão em cartaz no museu acompanhados de educadores-mediadores. Há também a possibilidade de visitar de forma acessível em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), além de participar da Visita Teatralizada, que abre as portas da imaginação do público e realiza uma viagem no tempo com os educadores-atores, atravessando e rememorando os espaços e trajetos do museu. A programação inclui leituras compartilhadas do projeto Livro Vivo, na qual o público se envolve nas histórias e temáticas das exposições em cartaz acompanhado de um leitor experiente.
As atividades também exploram o universo infantil, trazendo a Contação de Histórias, que, por meio de objetos, adereços e músicas, os educadores exploram a tradição judaica e abordam temas que dialogam com os conceitos do museu.
As visitas estão disponíveis para o público em geral, escolas, ONGs, empresas de turismo, entre outros. Para agendar as visitas ou obter mais informações o e-mail para contato é agendamento@museujudaicosp.org.br.
Programação Completa
Escrever e ler Da letra à Palavra
Com Fabio Morais
Dias: 5 a 19 de abril, às 16h
15 vagas
A oficina Escrever e ler Da letra à Palavra propõe um exercício de fabulação dialógica com a mostra e ainda sua expansão para a dimensão sonora.
A partir de uma visita à exposição na qual serão levantadas, discutidas e mapeadas as variadas acepções de escrita e texto que permeiam as obras, será proposta a cada participante a produção de um texto que dialogue — de modo crítico, literário, poético, antropofágico, tradutório etc. — com Da letra à palavra ou com algumas de suas obras. Será estimulada a ideia de tradução das características verbo‐visuais presentes na mostra para as especificidades da escrita pessoal de cada participante e de sua posterior leitura oral.
Todos os textos produzidos serão lidos em voz alta no último dia da oficina, como uma mostra/peça sonora que acontece no espaço expositivo vazio: um ritual coletivo que reinterpreta no espaço vocal‐sonoro a exposição que aconteceu no espaço físico. A leitura coletiva fecha o ciclo natural da linguagem verbal: do signo visual — nas obras da exposição Da letra à palavra — ao som.
O ritual de leitura que preenche o espaço sonoro, fruto de conversas, diálogos e produção escrita em um ambiente de grupo, parte da especificidade de o Museu Judaico de São Paulo ocupar uma antiga sinagoga, tendo na circularidade de seus espaços centrais um estímulo arquitetônico para o ritual de reunião.
Cronograma dos encontros
Primeiro Encontro
- Visita do grupo à exposição Da letra à palavra. Será feita uma leitura em grupo da exposição a partir de tipologias e eixos, presentes nas obras, que estabelecem certo panorama do modo como as artes plásticas lidam com palavras.
- Tipos de escrita levantados a partir das obras: enunciativa; narrativa; lírica; comunicacional; testemunho; uso e apropriação; escrita concreta; escrita sintática e/ou diagramática; escrita assêmica etc.
- Suportes de escrita e leitura que coreografam o comportamento gestual de quem lê: rolo, pergaminho, códex, audiovisual, objetos, esculturas etc.
- Por que e de que forma ler em voz alta textos que são obras visuais?
- Como transformar uma exposição visual em uma peça sonora? Segundo Encontro
Apresentação, discussão e orientação em grupo das ideias e rascunhos dos textos que serão oralizados por cada participante no 3o encontro. Será estimulado ainda que se pense de modo coletivo como compor e organizar as leituras.
Terceiro Encontro
No espaço expositivo, já sem a exposição montada, os textos serão lidos em voz alta.
Fabio Morais (São Paulo, 1975) é artista plástico. Atua entre os espaços expositivo e editorial fundindo visualidade e escrita ao experimentar a plasticidade e a espacialidade da linguagem na ficção, na história, nas estórias, na narrativa. É doutor em artes visuais pela UDESC, com pesquisa sobre a escrita como obra no campo da arte. Ministrou oficinas sobre escrita nas artes visuais e publicações de artista em várias unidades do Sesc São Paulo, Caixa Cultural Brasília, Grafatório, Ateliê Espai, Oficina Cultural Oswald de Andrade, Escola Entrópica, Zait núcleo seLecT , entre outras instituições.
Ciclo de Formação – MujTur Profissionais do Turismo
Com Leonardo Moreira
Data: Até dia 14 de abril, quinta-feira, das 10h às 11:30h
Indicação: a partir de 18 anos
Considerando a proporção do mercado turístico paulistano, os mais de 1600 guias de turismo cadastrados na cidade de São Paulo, seu crescente interesse pelo Museu Judaico, sua capacidade de difusão de conteúdos e a possibilidade de formação de profissionais comprometidos e sensíveis aos temas tratados no museu, a equipe de Educação e Participação propõe um Programa de Formação Aberta aos Profissionais de Turismo, que será composto por encontros e oficinas voltadas a capacitação profissional, visando a autonomia dos guias de turismo no guiamento de grupos no MUJ e no território. Os temas dos encontros foram definidos a partir das exposições em cartaz no MUJ.
Cada dia da formação é independente e terá duração de 1h30, com no máximo 20 pessoas. Será confeccionada apostila de conteúdos e certificado de participação.
A inscrição no evento não garante a participação, devido a quantidade de vagas disponíveis, a equipe de Educação e Participação entrará em contato pelo e-mail informado confirmando sua participação.
Cronograma dos encontros
4º Encontro (31/03, quinta-feira, das 10:30 às 12h) – O ciclo de vida no judaísmo
O encontro objetiva apresentar o ciclo de vida no judaísmo em exibição na exposição de longa duração do MUJ, que aborda alguns marcos importantes como o nascimento, brit milá, simchat bat, bar mitzvá, casamento e o luto, por exemplo. Queremos trazer para as pessoas participantes outras informações e discussões sobre os temas expostos, que podem ser utilizados durante as visitações turísticas.
5º Encontro (14/04, quinta-feira, das 10:30 às 12h) – O Calendário Judaico e as Festas Agrícolas: Pessach, Shavuot e Sucot
As festas judaicas se modificaram ao longo dos anos, mas ainda carregam seus valores fundadores. O encontro propõe apresentar o calendário judaico e as características e símbolos presentes nas festas que antes eram agrícolas e de peregrinação, como Pessach, Shavuot e Sucot.
O projeto “Educação e Participação” é uma realização da Sapoti Projetos Culturais em parceria com o MUJ e conta com o patrocínio do Grupo CCR e com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei 8.313/1991
AÇÕES EDUCATIVAS
Educação e Participação é o programa de mediação cultural do Museu Judaico de São Paulo, voltado à produção de experiências compartilhadas e à construção de conhecimento por meio do diálogo, da troca e do debate. Comprometidas com seus diferentes públicos, as ações de Educação e Participação do MUJ compreendem, como parte de sua programação fixa, visitas mediadas com grupos agendados e espontâneos, oficinas de atividades, contação de histórias, mediação de leituras, encontros com professores, cursos, palestras e ações territoriais.
EXPOSIÇÕES
As exposições materializam um rigoroso trabalho curatorial e museológico, fruto do esforço da instituição para estabelecer pontes de diálogos tanto dentro da comunidade quanto para o público não-judeu. A partir de obras multimídia, objetos históricos, documentos e fotografias, o museu apresenta quatro exposições.
EXPOSIÇÃO “A VIDA JUDAICA”
A primeira exposição de longa duração, A vida judaica, apresenta os costumes e rituais pelos quais o judaísmo se conecta com o sagrado, demarca o tempo, estuda seus textos, festeja valores, elege seus alimentos típicos e vivencia coletivamente cada etapa da vida. Aborda, portanto, os acontecimentos cotidianos da vida judaica, entendendo-os não somente sob o prisma religioso, mas também como fenômeno cultural.
EXPOSIÇÃO “JUDEUS NO BRASIL: HISTÓRIAS TRANÇADAS”
Nesta exposição, o objetivo é tecer uma complexa narrativa da pluralidade da presença judaica no Brasil a partir dos diversos fluxos migratórios ao longo de 500 anos. A mostra analisa ainda a pluralidade resultante dos diversos pólos de implantação das comunidades judaicas no Brasil e de que formas os costumes que pautam a vida judaica se comportam em suas dinâmicas intergeracionais, sejam elas a partir de vivências individuais ou coletivas. A exposição mostra também como a comunidade judaica brasileira apresenta inúmeras interseções e confluências na contemporaneidade, embora tenham diferentes matrizes culturais e geográficas.
EXPOSIÇÃO “INQUISIÇÃO E CRISTÃOS NOVOS NO BRASIL: 300 ANOS DE RESISTÊNCIA”
Partindo igualmente de uma matriz histórico-documental, a exposição temporária revela o funcionamento do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição e a luta dos cristãos-novos para reconstruir suas vidas no Brasil durante os 300 anos de vigência da Inquisição. Sobretudo sobre a vida dos judeus ibéricos, a Inquisição marcou o povo judeu por fortes discriminações e perseguições.
Patrocínio
O MUJ conta com patrocínio da Fundação Arymax, Antonietta e Leon Feffer, Sergio Zimerman, Banco Itaú, Banco Safra, Instituto Cultural Vale, Lilian e Luis Stuhlberger | Verde Asset Management, Hapvida, entre outros apoiadores essenciais para a realização.
Museu Judaico de São Paulo
Rua Martinho Prado , 128, São Paulo – São Paulo