Tem nome e sobrenome a criatividade nas montagens e a qualidade nas produções no teatro infanto-juvenil: Carla Candiotto. E a boa nova é que tem espetáculo saindo do forno. Quem conhece a atriz e diretora ou já se divertiu em família, assistindo suas criações, sabe que pode esperar por coisa boa vindo por aí. Adaptação teatral do livro O Senhor do Tempo, de Michael Ende, Momo e o Senhor do Tempo segue a ideia de dialogar com crianças e adultos, predominantemente por meio do humor, com tiradas inteligentes e montagens exigentes em termos de cenários, figurino, luz e música.
A estreia acontece no Teatro Alfredo Mesquita, onde faz sessões dias 15 e 16 de janeiro. A montagem será apresentada dias 22 e 23 no Teatro João Caetano, dias 29 e 30 de janeiro no Teatro Cacilda Becker, dias 5, 6 de fevereiro no Teatro Arthur Azevedo e dias 12 e 13 de fevereiro no Teatro Paulo Eiró. Sempre com entrada franca.
Homens de Cinza e sua missão de roubar o tempo das pessoas
Escrita a seis mãos, por Carla Candiotto, Victor Mendes e Aline Moreno, a adaptação retrata a importância do tempo na vida das pessoas e a melhor forma de aproveitá-lo. A menina Momo (Camila Cohen) aparece misteriosamente em uma cidade e vai morar nas ruínas de um antigo teatro abandonado. Lá, onde as crianças desaprenderam de brincar, pouco a pouco ela as ensina a redescobrir esse prazer. Com empatia e atenção, ouve as pessoas, valoriza a relação entre os amigos, os encontros e as ideias diferentes.
Tudo parece fazer sentido até que um acontecimento inesperado tira o sossego de todos. Os Homens de Cinzas surgem com a finalidade clara de comprar o tempo das pessoas. O tempo para a brincadeira, o tempo para conversar com os amigos, o tempo de olhar as formigas, ou passear, é roubado e trocado por uma moeda que deixará todos tristes. A missão dos Homens de Cinza é convencer as pessoas de que elas devem “economizar” seu tempo, entregando-o a eles. Na real, eles sugam e estocam o tempo do povo com a desculpa de ajudar a poupar mais. Momo e seus amigos precisam agir rapidamente. Precisam de um plano para enfrentar o inimigo e recuperar o “tempo perdido” de todos.
Há um prólogo na peça. Amigo da Momo, Beppo (Victor Mendes) anda de bicicleta e se questiona: “Como inventar uma história? De onde vem as histórias? Quando elas precisam nascer? Para que precisamos dela?” Ele está procurando uma história para viver. Está precisando de uma. Dizem que as histórias te escolhem, dizem que elas são tão poderosas que você não consegue mudá-las, uma vez que elas existem. “A história é sobre uma menina heroína, é sobre amizade, carinho e o respeito entre os cidadãos de uma pequena vila. Beppo e Gigi são os amigos guardiões de Momo, a escolhida pelo senhor do tempo para devolver o tempo das pessoas no mundo”, resume Carla Candiotto.
Adaptação instiga reflexão sobre o tempo
A ideia de adaptar Momo e o Senhor do Tempo, de Michael Ende, para um espetáculo teatral infanto-juvenil surgiu da necessidade de discutir e refletir com crianças, jovens e seus familiares sobre o significado do tempo, atualmente. “Vivemos em uma época em que as pessoas vêm se esquecendo do que importa e têm se distanciado cada vez mais delas mesmas e de suas pessoas queridas”, comenta Carla, Prêmio Governador do Estado, em 2015, pelo conjunto da sua obra. Muitas crianças já não sabem mais brincar, porque seus pais não têm mais tempo para lhes ensinar e as largam em frente da TV, do computador e celular. “Encontramos nesta obra visionária, ganhadora do Prêmio de Literatura Juvenil alemã e do Prêmio Europeu de Livros para a Juventude, uma história de aventura sobre uma criança que, por ser corajosa e confiar em si mesma, conseguiu recuperar o tempo de sua cidade, para se divertir e imaginar coisas”, diz a encenadora.
Cenário, figurino, luz e música
Para contar esta história e seguir a recomendação do autor ao sugerir um cenário criativo, a diretora solicitou a André Cortez uma cenografia não literal, criativa. Com esta concepção, dezenas de caixas de madeiras, retangulares, são manipuladas em cena pelos atores para criar espaços imaginários na cabeça do público. Elas são o barco, o banco da praça, a cadeira do barbeiro e até dão vida à personagem da tartaruga Casiopea. “As caixas ajudam a contar a história. Sugerem os ambientes ao serem movimentadas e colocadas em variadas posições. E o grande lance é movimentar esses elementos cênicos sem que as pessoas percebam e imediatamente visualizem o que se quer mostrar”, diz Carla.
Para contrapor com o cenário, a concepção de Candiotto para o figurino seguiu uma linha oposta. Assim, as peças, criadas por Chris Aizner, remetem ao teatro clássico. A luz de Wagner Freire cria sombras, aumenta e dinminuiu os volumes, além de mudar o tom dos elementos cênicos. A música de Marcelo Pellegrini tem inspiração no cinema, vem de temas grandiosos e clássicos.
Teatro
Temporada pelo Prêmio é Renato – 2022 –
Dias 15 e 16/01 – Teatro Alfredo Mesquita, Às 16h.
Teatro Alfredo Mesquita . Avenida Santos Dumont, 1770 – Santana – São Paulo . Telefone: (11) 2221-3657. Capacidade 198 pessoas
Dias 22 e 23/01 – Teatro João Caetano, às 16h.
Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino – São Paulo. Telefones: (11) 5573-3774 / 5549-1744. Capacidade Total: 438 lugares
Dias 29 e 30/01 – Teatro Cacilda Becker, às 16h.
R. Tito, 295 – Lapa, São Paulo – SP. Telefone: (11) 3864-4513. Capacidade: 198 pessoas.
Dias 05, 06/02 – Teatro Arthur Azevedo, às 16h.
Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo – SP. Telefone: (11) 2604-5558. Capacidade: 349 lugares
Dias 12 e 13/02 – Teatro Paulo Eiró, às 16h
Av. Adolfo Pinheiro, nº 765. Alto da Boa Vista – Santo Amaro. Telefones: (11) 5686-8440 / 5546-0449. Capacidade: 467 lugares
Dias 15 e 16/01 – Teatro Alfredo Mesquita
Dias 22 e 23/01 – Teatro João Caetano
Dias 29 e 30/01 – Teatro Cacilda Becker
Dias 05, 06/02 – Teatro Arthur Azevedo
Dias 12 e 13/02 – Teatro Paulo Eiró
Momo e o Senhor do Tempo – A Extraordinária História dos Ladrões de Tempo e da Criança que Trouxe de Volta às Pessoas o Tempo Roubado. Espetáculo para família. Recomendado para crianças a partir de 7 anos.
INGRESSOS podem ser retirados presencialmente na bilheteria 1h antes do início da sessão