Leite materno reduz mortalidade infantil, enquanto amamentação diminui as chances de câncer de mama nas mulheres

Para conscientizar a sociedade acerca da importância do aleitamento materno e da doação do leite humano, a data de 19 de maio foi definida como o Dia Mundial de Doação do Leite Humano. Por meio do slogan “Gotas de Amor para um Mundo Melhor”, a campanha visa sensibilizar as mamães sobre a importância deste gesto que pode salvar milhares de vidas.

Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), a amamentação é, isoladamente, a estratégia que mais contribui para a diminuição da mortalidade infantil em todo o mundo. O leite materno pode reduzir em até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. Além disso, os riscos de desenvolver um câncer de mama reduzem em 6% a cada ano para a mulher que amamenta, segundo dados do Ministério da Saúde.

A médica pediatra e neonatologista Maria José Guardia Mattar, consultora de Humanização Neonatal e Aleitamento Materno do CEJAM — Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, afirma que o leite é considerado padrão ouro de alimentação para recém-nascidos termo, prematuros e lactentes. “É um alimento específico para o desenvolvimento físico, psíquico, imunológico e neuropsicomotor”, reitera.

De acordo com a especialista, a melhor forma de alimentar um recém-nascido é por meio do leite da própria mãe, mesmo quando a criança é prematura.

“Pesquisas apontam que a mãe do prematuro produz um tipo de leite diferente da mãe de um bebê que nasceu entre 37 e 42 semanas — considerado o período normal. Ele tem mais proteína e eletrólitos, menos lactose e mais fatores de proteção e substâncias que ajudarão o desenvolvimento do intestino, além de muitos anticorpos, inclusive contra a Covid-19, se a mamãe estiver vacinada adequadamente”, afirma.

Quando a doação se faz necessária?

Apesar de o leite materno conter, na medida certa, todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento, existem situações clínicas em que os bebês não conseguem mamar no peito, como nos casos de prematuros com idade menor de 35 semanas e recém-nascidos doentes ou com baixo peso, além de mulheres com doenças que impossibilitam a amamentação temporária ou têm dificuldades para amamentar.

É aí que entram os Bancos de Leite Humano, que funcionam como centro de apoio, proteção e promoção ao aleitamento materno, garantindo o alimento a crianças por meio de um trabalho desenvolvido em conjunto com as UTIs Neonatais.

Os profissionais destes bancos oferecem todo o suporte para coleta, armazenamento, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade, estocagem sob congelamento e distribuição sob prescrição do leite doado, obedecendo às necessidades e características deste receptor.

“O leite doado é submetido à pasteurização e controle de qualidade físico-químico e microbiológico, assegurando um produto de qualidade sem riscos para a saúde do receptor”, afirma Dra. Maria José.

Segundo a médica, a doação depende de um tripé de ações, composto por orientação e apoio da equipe de profissionais de saúde às gestantes, puérperas e nutrizes, bem como da solidariedade das mamães para o engajamento nesta ação e do apoio institucional e do terceiro setor para a implementação da coleta domiciliar.

“Esta é uma corrente de solidariedade, mas, para que doem, as mamães necessitam da motivação da equipe de saúde e divulgação nas mídias sociais durante o ano todo, além das campanhas de mobilização social.”

Qualquer mulher em fase de amamentação pode doar?

Conforme Dra. Maria José, as doadoras são mulheres sadias em fase de amamentação, que apresentam secreção láctea superior às exigências de seus filhos e que se dispõem a doar o excedente por livre e espontânea vontade. Por esta doação, não recebem nenhuma forma de remuneração e são submetidas a análises de exames clínicos e laboratoriais.

“Qualquer mulher que esteja amamentando ou que produza leite em excesso pode doar. Para isso, no entanto, é necessário que não faça uso de nenhum medicamento controlado, não tenha feito tatuagem e recebido transfusão sanguínea por, no mínimo, um ano e disponha de tempo para extrair e doar o leite excedente.”

A especialista ressalta que os Bancos de Leite Humano fazem um histórico da mãe, e se ela preencher os requisitos para a doação, orientam a respeito da retirada e armazenamento do leite materno e agendam uma visita, para coletar os exames necessários que comprovem que está apta para fazer a doação, e recolhem o leite armazenado congelado. A coleta é realizada semanalmente.

Mulheres que estão com suspeita ou foram contaminadas pela Covid-19 devem suspender a doação por 14 dias. Porém, a amamentação de seus bebês deve permanecer sem interrupção, seguindo os protocolos de higiene nas mãos e o uso de máscaras.

Parto Seguro à Mãe Paulistana

A profissional refere que as unidades: Hospital do Campo Limpo, Hospital Ermelino Matarazzo e Hospital Vila Nova Cachoeirinha – onde o CEJAM atua com o convênio Parto Seguro à Mãe Paulistana – possuem Bancos de Leite Humano cadastrados.

“Ambos seguem todas as normas e procedimentos estabelecidos pela Rede Nacional de Bancos de Leite Humano e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, reitera.

De acordo com a médica, apenas em 2021, os bancos presentes nestes hospitais coletaram mais de 3.200 litros de leite materno de 2260 doadoras aptas, que beneficiaram 2874 receptores. Até abril deste ano, já foram coletados mais de 813 litros.

Em 19 de maio, acontecerá o Fórum rBLH – Brasil, com transmissão ao vivo pelo canal da rBLH no YouTube, entre 13h e 17h. Na ocasião, Dra. Maria José será homenageada pela estrutura da rede global.

Confira a relação de Bancos de Leite Humano no Estado de São Paulo e mais informações importantes sobre a doação no site da Prefeitura de SP e no portal da Rede Global de Bancos de Leite Humano — RBLH.

Em 19 de maio, acontecerá o Fórum rBLH – Brasil, com transmissão ao vivo pelo canal da rBLH no YouTube, entre 13h e 17h. Na ocasião, Dra. Maria José será homenageada pela estrutura da rede global.

Sobre o CEJAM

O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Peruíbe e Itapevi.

Com a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde, o CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.

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Ana Paula

Sou Ana Paula Alcântara Porfírio, trabalho em horário integral como mãe, sou casada, com um príncipe chamado Júnior, tenho dois filhos a Manuella e o Arthur, que fazem meus dias mais felizes!

Vou dividir com vocês nossos passeios, dicas de programas com crianças, experiências e sentimentos da maternidade!